Blogueira cadeirante compartilha dicas para viajar com tranquilidade!
A blogueira Laura Martins, idealizadora do Cadeira Voadora, compartilhou dicas de viagem especiais para cadeirantes com base em suas muitas experiências de viagem pelo Brasil e o mundo.
Hospedagem
Viajantes cadeirantes devem ficar atentos à acessibilidade do estabelecimento selecionado, como, por exemplo, se o elevador é acessível e se ele fica perto do quarto para facilitar o deslocamento. Também devem se certificar se o hotel possui área de giro para cadeira de rodas, se não há nada abaixo da pia do banheiro para facilitar o acesso e se as barras de segurança do banheiro estão bem colocadas.
Segurança
Laura adverte que se a rampa de acesso do estabelecimento for muito íngreme, o viajante corre o risco de sofrer um acidente. A ausência de antiderrapante no piso do banheiro ou de barras de segurança é um “atentado contra segurança” do viajante, conta ela.
Sendo assim, ao reservar uma acomodação, procure saber tudo sobre ela no anúncio do quarto. Caso não obtenha as informações necessárias, entre em contato diretamente pelo celular. Algumas pousadas e hotéis locais podem não ter uma presença forte nas redes, então talvez seja preciso fazer uma ligação.
Roupas
Sapatos confortáveis e adequados para cada tipo de passeio são essenciais para evitar ferimentos, dores e espasmos. Mesmo que a pessoa cadeirante não tenha sensibilidade nas pernas, é preciso cuidar da segurança e integridade dos membros.
Cadeira de rodas
Para passeios longos, as cadeiras de roda motorizadas ou scooters são as melhores opções. Já quem precisa circular por ambientes apertados ou só quer mais agilidade, uma cadeira estreita têm acesso à qualquer lugar. A cadeira manual, por sua vez, proporciona flexibilidade e possibilita a visitação a uma série de locais.
O viajante precisa considerar a escolha da cadeira com cuidado antes de viajar para garantir a segurança e conforto durante a viagem. Por exemplo, a própria Laura contou que comprou uma cadeira de rodas mais leve quando começou a viajar com mais frequência.
Destinos
Tiradentes, em Minas Gerais, recebeu elogios por seus museus acessíveis. Ouro Preto, a cerca de 180 km de Tiradentes, já não proporcionou uma experiência positiva à Laura. Da mesma forma, Arraial D’Ajuda e Porto Seguro, ambos na Bahia, não investem em acessibilidade necessária para receber pessoas com deficiência.
A blogueira destacou que pessoas em certos destinos internacionais, como Nova York e Londres, valorizam a autonomia e não oferecem ajuda desnecessariamente, como é recorrente no Brasil.
Mas não pode oferecer ajuda? Pode sim! Entretanto, quem quer ajudar a pessoa cadeirante precisa perguntar se ela deseja receber auxílio e de que forma pode ajudá-la antes de fazer qualquer coisa. Às vezes, uma ajuda bem intencionada pode resultar em problemas, como derrubar a cadeira.
Confiança
Quando a pessoa cadeirante viaja sozinha, precisa ter confiança o suficiente para pedir ajuda a desconhecidos em caso de necessidade. Ainda que a autonomia e liberdade sejam sensações gostosas e devam ser perseguidas, o viajante deve considerar todas as suas necessidades antes de viajar e fugir da ajuda.
CADEIRA VOADORA — Em seu blog, Laura Martins documenta todas as suas viagens ao redor do globo e promove assuntos importantes acerca da acessibilidade no turismo, autocuidado e direitos das pessoas com deficiência. Laura também é diretora de diversidade da Associação Brasileira de Blogs e Turismo (ABBV). Para conferir o trabalho da blogueira, clique AQUI.
Via: Terra.