CEO da LATAM critica carga tributária e afirma haver “ineficiência estrutural no turismo brasileiro”
O CEO da LATAM Brasil, Jerome Cadier, analisou o cenário do turismo brasileiro e da aviação comercial do país no último programa do ano do “E Agora, Brasil?”, junto de outras personalidades de ambos os setores. A conversa tinha como tema o reaquecimento do turismo internacional no Brasil.
O CEO conclui que ainda há muitos empecilhos que o país precisa superar para se tornar uma potência nessa área. Ele afirmou que o Brasil é “como uma tartaruga perto de outros mercados de aviação”, como o norte-americano, que voa cinco vezes mais que o mercado brasileiro.
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A razão para isso, segundo Caider, está na ineficiência estrutural no turismo brasileiro, com políticas que mudam o tempo todo, carga tributária gigante e falta de competitividade em insumos. Todos esses fatores encarecem a operação das companhias aéreas e, consequentemente, faz com que os passageiros gastem mais.
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Turismo no Brasil precisa de apoio do governo
A presidente da Abav, Magda Nassar, afirmou que o turismo internacional no Brasil não atingia um nível significativamente relevante mesmo no pré-pandemia.
“Temos que ser sinceros, a gente não tem esse turismo internacional. Seis milhões de pessoas por ano não é significativo para ninguém. Como comparação, o museu do Louvre sozinho recebe mais do que isso por ano”, afirmou ela.
Segundo ela, é preciso aprimorar a promoção para o turismo internacional e isso só é possível com investimentos. Não dá para contar com a iniciativa privada para atingir esse objetivo, mas, sim, o governo.
“Trazendo investimento e investidores, criando dinâmicas… A população brasileira é uma das mais qualificadas para receber turistas, temos que trabalhar esta questão melhor,” afirmou ela.
Para o CEO da CVC Corp, Loenel Andrade, falta um projeto empresarial de longo prazo, estruturado pelo governo. Como nada consistente é apresentado lá fora, não se consegue atrair um grande público para os destinos brasileiros.
A retomada do turismo internacional no Brasil será lenta
Em relação à retomada das viagens internacionais, Andrade se demonstrou otimista apesar da avaliação do turismo brasileiro. “Temos uma demanda reprimida muito grande, e em curto prazo as vendas devem só aumentar”, afirmou.
O CEO da LATAM aposta na retomada do mercado internacional aos níveis pré-pandemia somente em 2023 e 2024. Os viajantes neste momento se sentem mais seguros para viajar no doméstico do que atravessar uma fronteira, seja aérea ou terrestre. Além do transporte, é preciso comprovar a vacinação contra a COVID-19 e efetuar exames e testes.
“Temos, por um lado, a recuperação do doméstico, que vem sendo sólida desde o mês de abril, aumentando a cobertura de voos e destinos, com vendas subindo e boas perspectivas para os próximos meses. E, por outro lado, temos o internacional, que a situação é diferente. A retomada deste mercado vem acontecendo, porém de forma mais lenta”, explicou Cadier.
Via: Mercado & Eventos.