Governo não planeja intervir nas companhias aéreas, mas buscar autossuficiência para baratear passagens
O ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou que o Ministério do Turismo não planeja intervir nas companhias aéreas para tabelar preços de serviços de transporte aéreo ou favorecer as empresas de alguma forma.
O objetivo da pasta por enquanto é analisar todas as nuances do setor de turismo nacional e identificar pontos que carecem de aprimoramento.
As informações são provenientes de uma entrevista concedida pelo ministro ao site Estado de Minas. Segundo Celso Sabino, os ministérios de Portos e Aeroportos, Minas e Energias e Turismo estão desenvolvendo análises para identificar os fatores que impactam o valor da tarifa aérea.
O principal componente que afeta o preço das passagens aéreas, como esperado, é o preço do combustível. Hoje, o país produz 85% do que consome, enquanto o resto é importado.
Ainda assim, o preço do QAV, ou querosene de aviação, no Brasil é mais caro do que a média do resto do mundo. Isso porque as despesas com o frete, operações tributárias e distribuição do combustível são custosas.
Para reduzir o preço do combustível em território nacional, é preciso se tornar autossuficiente na produção e distribuição de QAV. As pastas mencionadas têm estudado uma forma de fazer isso o mais rápido possível.
Uma das soluções é aumentar a produção do querosene de aviação na Petrobras, a qual, atualmente, corresponde a somente 2,7% do faturamento da empresa. Ao adquirir mais autonomia neste setor, será possível definir o valor vendido no país e buscar uma adequação aos preços do mercado internacional.
Sempre que o valor do combustível está caro, os passageiros pagam mais pelas passagens aéreas. Além dos obstáculos mencionados anteriormente, o fato das negociações internacionais serem pagas no dólar come o orçamento das companhias aéreas. Quanto mais alto o dólar estiver, mais dinheiro precisa ser desembolsado.