
Um novo projeto de lei apresentado no Senado promete mudar uma prática que vem gerando polêmica entre viajantes brasileiros: a restrição do uso de banheiros em aviões de acordo com o assento comprado. A proposta quer garantir que todos os passageiros tenham acesso a qualquer sanitário da aeronave, independentemente da categoria tarifária.
A ideia surge após companhias adotarem políticas que reservam o banheiro dianteiro apenas para clientes das primeiras fileiras ou de cabines especiais. A medida dividiu opiniões e foi alvo de reclamações de passageiros e de órgãos de defesa do consumidor.
O que diz o projeto
O PL estabelece que nenhuma companhia aérea poderá limitar, segregar ou controlar de forma diferenciada o uso de toaletes em voos comerciais no Brasil.
Segundo o texto, o acesso ao banheiro é um direito básico e não pode ser condicionado ao pagamento de serviços premium.
A proposta inclui ainda sanções caso empresas descumpram a regra, já que a restrição é vista como uma prática discriminatória e prejudicial ao bem-estar dos passageiros.
Por que isso virou discussão?
Nos últimos meses, passageiros relataram que algumas companhias começaram a bloquear o banheiro frontal de aeronaves de corredor único, permitindo o acesso apenas a quem paga por assentos diferenciados.
Para quem embarca nas últimas fileiras — especialmente em voos lotados — isso significa filas maiores, desconforto e até situações de urgência.
Órgãos de defesa do consumidor alertaram que a prática pode ferir direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor, já que o uso do banheiro é parte essencial do serviço contratado.
O que acontece agora
O projeto foi protocolado recentemente e ainda precisa passar por comissões, debates e votação no Senado antes de seguir para a Câmara dos Deputados.
Com a proximidade do recesso parlamentar, não há previsão de quando o tema será votado.
Até lá, as regras adotadas por cada companhia aérea continuam valendo.
O que muda para o passageiro se a lei for aprovada
Caso o PL avance e seja sancionado, o cenário seria o seguinte:
- Fim dos banheiros exclusivos para passageiros premium
- Acesso livre a qualquer toalete da aeronave
- Reforço na proteção do consumidor em situações de necessidade
- Regras iguais para todos os voos nacionais e internacionais operados no Brasil
O debate ainda deve continuar, mas a proposta reacende uma discussão importante: quais serviços podem ser cobrados como extra — e quais são garantias básicas de quem embarca?