A União Europeia passou quatro dias e quatro noites debatendo sobre o fundo de recuperação pós-pandemia bem como sobre o orçamento 2021-2027.
O resultado das reuniões foi anunciado na madrugada desta terça-feira (21). O valor total do fundo para recuperar a Europa é de 750 bilhões de euros enquanto o do orçamento é de 1,07 trilhão de euros.
A reunião apresentou conflitos constantes entre os líderes das maiores economias, Itália, Alemanha e França, além de opiniões dificultosas dos chamados “países frugais”. Nesse grupo se encaixam a Holanda, Dinamarca, Áustria, Suécia e Finlândia.
O acordo prevê que 390 bilhões de euros do valor total sejam usados em subsídios e os demais 310 bilhões, para reembolsos feitos através de um mecanismo de correção da contribuição do orçamento. A Itália receberá 209 milhões entre os dois mecanismos para ser capaz de fazer a retomada do país. A Espanha também receberá uma quantidade alta para recuperar a nação.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi o responsável por manter a ordem e acalmar os ânimos dos líderes. Ele apresentou quatro planos diferentes ao longo dos dias na tentativa de agradar a todos, especialmente as nações mais frugais. Embora o fechamento do acordo tenha sido difícil, a “Europa está sólida e unida”, segundo Michel.
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O chamado “freio de emergência”, ideia de Charles Michel, também foi aprovado. Esse consiste em um freio para os desembolsos do fundo de reconstrução caso um dos países-membros acredite que o dinheiro esteja sendo mal aproveitado por outro ou outros. O Conselho Europeu, formado por 27 países, terá até três meses para responder a queixa.
A cúpula do Conselho Europeu foi a segunda mais longa da história, ficando atrás somente da reunião de Nice, realizada em 2000, quando o Tratado de Nice foi aprovado. Esse consistia na reformulação da Europa para lidar com a expansão de países do antigo bloco comunista.