Ter um voo cancelado por causa de mau tempo — como chuvas intensas, neblina, ventos fortes ou tempestades — é uma situação comum na aviação e pode acontecer mesmo quando tudo parecia estar dentro do planejado. Apesar do transtorno, o passageiro não fica desamparado.
No Brasil, existem regras claras que determinam o que as companhias aéreas devem oferecer nesses casos.
O que é considerado mau tempo na aviação
O cancelamento por mau tempo ocorre quando as condições meteorológicas não permitem a decolagem ou o pouso com segurança. Isso inclui fatores como baixa visibilidade, instabilidade atmosférica ou fechamento temporário de aeroportos. Mesmo sendo um evento fora do controle da companhia aérea, os direitos do passageiro continuam valendo.
Quais são os direitos do passageiro no Brasil
As normas da aviação civil brasileira garantem que, em caso de cancelamento de voo — independentemente do motivo — a companhia aérea deve apresentar opções ao passageiro. A escolha é sempre do cliente, não da empresa.
O passageiro pode optar por:
- Reembolso integral da passagem, incluindo taxas, caso desista da viagem.
- Reacomodação em outro voo, da mesma companhia ou de outra, sem custo adicional.
- Remarcação da passagem para outra data ou horário, também sem cobrança.
- Transporte por outro meio, como ônibus, se essa alternativa for viável e aceita.
Assistência durante a espera
Além de oferecer uma solução para a viagem, a companhia aérea deve prestar assistência material, de acordo com o tempo de espera causado pelo cancelamento. Essa obrigação existe mesmo quando o motivo é mau tempo.
A assistência pode incluir:
- Acesso à comunicação, como internet ou ligações.
- Alimentação, por meio de vouchers ou refeições.
- Hospedagem e transporte entre aeroporto e hotel, quando for necessário passar a noite aguardando um novo voo.
O objetivo é reduzir os impactos do cancelamento enquanto o passageiro aguarda uma definição.
Aviso prévio faz diferença?
Quando a companhia aérea consegue prever o cancelamento com antecedência, ela deve avisar o passageiro o quanto antes. Ainda assim, mesmo que o aviso seja feito previamente, os direitos de reembolso, remarcação ou reacomodação continuam garantidos.
Cancelamento por mau tempo dá indenização?
Em regra, o mau tempo é considerado um fator externo, o que afasta a obrigação automática de indenização por danos morais. No entanto, pode haver direito a compensação se a empresa falhar em prestar assistência adequada, não oferecer alternativas ou causar prejuízos comprovados ao passageiro, como perda de compromissos importantes ou gastos extras sem suporte.
E quando o voo é internacional?
Em voos internacionais, as regras variam conforme o país e o local de partida. Em geral, companhias aéreas também são obrigadas a oferecer reembolso ou reacomodação, além de assistência básica. Já compensações financeiras costumam não ser aplicáveis quando o cancelamento ocorre por condições climáticas excepcionais.
Guia prático: o que fazer no aeroporto
Se o seu voo for cancelado por mau tempo, siga este passo a passo:
- Procure imediatamente a companhia aérea no balcão ou no aplicativo.
- Peça uma confirmação formal do cancelamento.
- Escolha entre reembolso, remarcação ou reacomodação.
- Solicite alimentação, hospedagem e transporte, se houver espera prolongada.
- Guarde comprovantes de despesas extras, como refeições ou táxi.
- Caso a companhia não cumpra suas obrigações, registre reclamação nos canais oficiais de atendimento e defesa do consumidor.
Como se prevenir de transtornos maiores
Algumas medidas ajudam a reduzir dores de cabeça em dias de instabilidade climática:
- Acompanhar o status do voo antes de sair de casa.
- Priorizar voos mais cedo, que costumam sofrer menos atrasos.
- Considerar a contratação de seguro viagem, que pode cobrir despesas não atendidas pela companhia.
- Manter registros de tudo o que acontecer no aeroporto.
Em resumo
Mesmo quando o cancelamento acontece por mau tempo, o passageiro tem direito a informação clara, assistência adequada e alternativas para concluir a viagem ou receber o dinheiro de volta. Conhecer essas regras é essencial para evitar prejuízos e saber como agir em momentos de imprevisto.