Como o lockdown da Austrália combateu a COVID-19 e se tornou referência mundial?

A Austrália se destacou como uma das nações com um dos mais eficientes combates contra a COVID-19. Muitos especialistas elogiaram a maneira como o lockdown foi conduzido no país. Muitos fatores influenciaram o sucesso das medidas protetivas na nação australiana. A cooperação da população, em especial, se mostrou essencial para esse cenário.

O que levou a Austrália a reduzir drasticamente os casos de COVID-19?

Em março de 2020, a Austrália fechou as suas fronteiras com todos os países e apenas permitiu a entrada de cidadãos, residentes e atletas. Essas medidas estão em vigor até hoje. Indivíduos nessas condições devem passar duas semanas isoladas em um estabelecimento designado pelo governo.

O governo australiano ainda foi firme em orientar os cidadãos australianos a se preparem para a pandemia de COVID-19.

“Dissemos ao público: ‘Isso é sério; queremos sua cooperação'”, disse o epidemiologista da Universidade de New South Wales em Sydney e conselheira da Organização Mundial de Saúde, Marylouise McLaws.

Os cuidados de prevenção definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o uso de máscara, distanciamento social e quarentena, foram seguidos à risca pela população australiana.

Políticos de diferentes partidos se juntaram para trabalhar em um plano eficiente para prevenir o aumento de casos de coronavírus no país. Eles temiam que a Austrália caísse em um ciclo infindável de bloqueio-reabertura-bloqueio, como acontece no Brasil, na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Em Melbourne, por exemplo, o objetivo não foi desacelerar a curva de contágio do COVID-19, mas, sim, erradicar totalmente o vírus. Então, o estado entrou em lockdown de nível 4, com empreendimentos fechados, toque de recolher noturno e circulação limitada de moradores.

O pensamento foi: em uma erradicação completa do vírus, uma terceira, quarta ou quinta onda de contaminação é inevitável.

“Independentemente de em quem você vote, a maioria dos australianos concordaria que seus líderes realmente se preocupam com seus constituintes e seguem a ciência”, disse McLaws. “Acho que ajudou dramaticamente.”

Como está a situação agora?

As fronteiras australianas permanecem fechadas e continuarão assim por grande parte de 2021. Somente podem entrar cidadãos australianos e residentes permanentes no país, incluindo estrangeiros com visto de residência. Todos os recém-chegados devem ficar em quarentena por 14 dias.

Um sistema de testagem em massa com rastreio de contatos e imposição de lockdown em curto período tem sido seguido no país e surtido efeitos positivos. Nenhuma morte é registrada na Austrália desde dezembro de 2020.

Um exemplo da atuação deste sistema ocorreu na última segunda-feira (29), quando o estado de Queensland detectou 10 casos de coronavírus, sendo que quatro deles se originaram de transmissão local. Uma das pessoas contaminadas foi identificada como portadora da variante britânica do SARS-CoV-2.

Moradores da Grande Brisbane, capital do estado, foram orientados a ficar em casa e somente trabalhar quando necessário. Só são permitidas viagens ao mercado. As escolas só poderão ficar abertas aos filhos de funcionários de serviços essenciais.

A Austrália contabiliza 29.341 casos e 909 óbitos oriundos de COVID-19 identificados desde o início da pandemia.

Via: Vox, Washington Post e Wbur.

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