
Viajar para os Estados Unidos continua no topo da lista de desejos de muitos brasileiros, mas agora, isso pode se tornar mais difícil.
Quem pretende embarcar rumo aos EUA precisa ficar atento: segundo destacou a CNN Brasil, o governo norte-americano adotou uma nova diretriz que pode mudar a forma como os vistos são avaliados.
A partir de agora, agentes de imigração e consulados poderão analisar redes sociais dos candidatos em busca de manifestações consideradas “antiamericanas”.
Como funciona a nova regra
A medida autoriza a checagem de perfis sociais — como Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e outras plataformas — em busca de indícios que coloquem em dúvida a elegibilidade do viajante. Estão no radar:
- Apoio ou vínculo com organizações terroristas ou violentas;
- Publicações com teor antissemita;
- Manifestações que possam ser interpretadas como hostis à política ou aos valores norte-americanos.
Desde junho, já havia sido determinado que candidatos a vistos, inclusive estudantes, informassem suas redes sociais nos formulários oficiais e deixassem o acesso público para conferência. Agora, a análise será mais rigorosa.
O que diz o governo americano
De acordo com o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), a decisão reflete a ideia de que a entrada no país deve ser restrita a pessoas alinhadas aos princípios norte-americanos. Em nota, um porta-voz reforçou que “os benefícios da América não devem ser concedidos àqueles que desprezam o país e promovem ideologias antiamericanas”.
Na prática, isso significa que a concessão de vistos será tratada cada vez mais como um privilégio, não como um direito.
Críticas e preocupações
Apesar da justificativa oficial, especialistas em imigração e entidades de direitos civis têm criticado a mudança. O principal argumento é que o termo “antiamericanismo” é vago e subjetivo, podendo abrir margem para interpretações pessoais dos agentes responsáveis pela análise.
Outro ponto levantado é a liberdade de expressão: viajantes poderiam ser penalizados por opiniões políticas, comentários satíricos ou até mesmo postagens antigas, feitas em outro contexto. Além disso, defensores da privacidade afirmam que obrigar candidatos a abrir suas redes sociais representa um excesso de vigilância.
Raízes históricas
A decisão se apoia em leis que remontam à era da Guerra Fria, quando os Estados Unidos barravam estrangeiros ligados a partidos comunistas ou anarquistas. Essas normas, de 1952, continuam em vigor e agora ganham novo alcance com a análise digital das redes sociais.
Ou seja, a triagem ideológica não é uma novidade — mas ganha força e novas ferramentas no cenário atual, em que a vida online se tornou parte essencial da identidade de cada pessoa.
Impacto para viajantes brasileiros
Para quem sonha em visitar os EUA a turismo, estudar em uma universidade americana ou tentar oportunidades de trabalho, a recomendação é clara:
- Revise suas redes sociais antes de dar entrada no pedido de visto;
- Evite conteúdos que possam ser mal interpretados, principalmente relacionados a política internacional, segurança ou críticas radicais aos EUA;
- Mantenha transparência: esconder perfis ou omitir informações pode ser visto como fator negativo.
Um novo cenário para a mobilidade internacional
O controle das redes sociais traz uma camada extra de vigilância e levanta debates sobre até onde vai o direito de cada país de selecionar quem entra em seu território. Para os viajantes, a consequência é um processo de visto mais detalhado e, em alguns casos, imprevisível.
Ao mesmo tempo, esse movimento mostra como o mundo digital e a vida real estão cada vez mais entrelaçados: aquilo que você posta pode, literalmente, decidir se sua próxima viagem será aprovada ou não.