Presidente da Latam prevê passagens com preços reduzidos e reestruturação do setor após pandemia

O presidente da Latam Airlines Brasil, Jerome Cadier, afirmou que o setor aéreo vai precisar de, pelo menos, alguns anos para se reerguer após a crise causada pela pandemia de coronavírus em entrevista ao jornal O Globo, nesta quinta-feira (22).

Por isso, separamos alguns pontos de destaque da entrevista para serem levados em consideração no planejamento de viagens futuras.

Redução do preço das passagens

A previsão de queda na demanda pelo transporte aéreo mesmo depois da pandemia é de 30% a 40%, segundo o executivo.

Ainda assim, é uma questão desconhecida, que apenas poderá ser medida realmente quando o cenário atual se normalizar. O problema é que, apesar de existirem previsões apontando para um período onde o coronavírus estará mais controlado mundialmente, pode ser que as coisas mudem.

Já que a oferta será muito maior que a demanda, pode-se prever uma drástica redução no preço das passagens aéreas. As dívidas das companhias aéreas também serão um fator determinante na precificação das passagens. “Quem não tiver custo baixo, não sobrevive,” afirmou o presidente.

Viajantes, esperem valores baixos!

Reestruturação do setor

O passageiro depois da pandemia ou não terá dinheiro para viajar ou não se sentirá seguro para fazê-lo por um bom tempo. O setor de negócios já descobriu que é possível trabalhar de casa, remotamente, sendo desnecessário estar pessoalmente em todos os compromissos das empresas.

Para funcionar com poucos passageiros, as companhias aéreas precisarão se reinventar. Algumas normas internas, referentes à contratação de mão de obra, contratos com empresas e remuneração de tripulantes, as quais se tornaram mais flexíveis hoje, devem continuar a tendência para garantir uma reestruturação mais tranquila possível.

Custos reduzidos

“Como eu terei me endividado para sobreviver à primeira onda, vou querer botar o avião para voar!”, declarou o presidente da Latam. Até mesmo os aviões parados geram custos as companhias aéreas, as quais trabalham com malha reduzida atualmente. Este custo de operação se tornou o alerta número 1 para as empresas.

A forma encontrada, segundo Cadier, para concretizar esta redução é trabalhar com um custo por hora de voo 25% menor. Neste custo, estão contabilizadas todas as despesas que uma empresa aérea possui para o avião voar por uma hora.

Passageiros com novas mentalidades

O passageiro que retornar aos aeroportos ainda estará preocupado com a sua saúde e segurança. O avião está devidamente higienizado? Como é a circulação do ar nas cabines? “Naquele destino eu não vou porque pode ser perigoso!”. Ele prestará mais atenção nesses detalhes, o que impactará a sua decisão de compra.

As companhias deverão continuar pensando nos passageiros, reduzindo a capacidade de assentos e os tranquilizando sobre a higienização das aeronaves, até que todos estejam certos da segurança de utilizar esse transporte novamente.

Neste contexto, a Latam espera que a demanda de voos chegue a 70% da original somente em 2021.

Embora o setor não corra o risco de desaparecer do mapa completamente, a reestruturação vai ser lenta. Segundo Cadier, “serão cinco anos de recuperação”.

Para ajudar nessa reerguida, a linha de crédito anunciada pelo Governo será fundamental. “Sem ajuda governamental a indústria não sobrevive. Com demanda inexistente, as empresas chegarão em situação de insolvência absoluta”, finalizou.

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