O mochilão é como um rito de passagem para muitos viajantes, principalmente os jovens. A maioria das pessoas já considerou mochilar pela Europa, América Latina ou Ásia em algum momento de suas vidas.
Essa prática turística teve início nos anos 50, quando jovens começaram a viajar com orçamentos baixíssimos entre a Europa e o Sudeste Asiático. Durante o movimento hippie, o mochilão tornou-se ainda mais popular justamente por não ser uma viagem de luxo.
Ao longo dos anos, o mochilão deixou de ser apenas uma viagem longa de baixo custo e ganhou “novas caras”.
Viajantes passaram a se hospedar em hostels por vários meses, trabalhar em empregos temporários, utilizar plataformas para encontrar acomodação na casa de moradores locais, e compartilhar dicas com outros mochileiros.
Com a pandemia de COVID-19, essa maneira de viajar deve passar por mais transformações.
Impactos da pandemia no mochilão
Mesmo após a abertura das fronteiras, quando a propagação da COVID-19 estiver controlada, mochileiros podem encontrar dificuldades para colocar seus planos de viagem em prática.
De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, em inglês), os voos baratos que atraem os mochileiros devem diminuir consideravelmente. A IATA estima que, entre 2020 e o início de 2021, as companhias aéreas perderam cerca de US$ 157 bilhões (cerca de R$ 844 bilhões).
Enquanto a vacinação global trará mais segurança para o segmento de turismo, cada vez mais destinos estão exigindo resultado negativo de exame RT-PCR para a COVID-19 no embarque ou na chegada ao país.
Essa exigência acaba elevando o custo das viagens, especialmente se o passageiro pretende visitar múltiplas nações.
O aéreo se tornou o meio de transporte mais utilizado em diversas regiões do planeta. Mesmo em locais como a Europa, onde é possível visitar diversos países em um curto período, viajar por terra se tornou difícil devido ao fechamento das fronteiras terrestres.
Uma possível solução
A falta de mochileiros pode afetar o turismo global de diversas maneiras.
Os hostels, meios de hospedagem que já sofreram grande impacto durante a pandemia de coronavírus, são os locais escolhidos por esses viajantes. Com as restrições de viagem para esse público, eles podem perder clientes.
Os mochileiros movimentam a economia dos destinos por onde passam. Afinal, a quantidade de pessoas que opta por essa modalidade de viagem é alta. Empresas de viagem estão cientes disso e preparam estratégias e serviços especialmente para eles.
Todavia, com a pandemia de COVID-19, uma das tendências do turismo global é a “viagem vagarosa”. Turistas pretendem ficar mais tempo nos destinos turísticos, principalmente se estiverem localizados em meio à natureza.
É esperado que os viajantes aproveitem para explorar os destinos com mais atenção em vez de engajarem em viagens de um dia ou excursões com muitos turistas.
Via: CNN Travel.