Turismo de alto risco: turistas pagam valores exorbitantes por experiências arriscadas

escalada

O caso do desaparecimento do submarino que levou cinco passageiros para observar os destroços do Titanic, que afundou em 15 de abril de 1912, jogou uma luz sobre uma categoria pouco falada do turismo: o de alto risco.

São passeios perigosos e inusitados que somente milionários conseguem bancar. Com a possibilidade de embarcar em aventuras perigosas não vem somente a satisfação e adrenalina, mas, sim, um risco bastante alto à própria vida.

Turismo de alto risco

O OceanGate Expeditions cobrou US$ 250 mil para levar os cinco passageiros para o Titanic, a 3 quilômetros de profundidade, a bordo do submarino. Outras empresas, no entanto, cobram valores muito mais elevados.

A EYOS Expeditions oferece viagens submarinas a uma profundidade bem maior do que a OceanGate. Desde 2020, a empresa leva passageiros a 11 quilômetros de profundidade na Fossa das Marianas, considerado o local mais profundo do oceano. A viagem custa US$ 750 mil.

Para quem gosta de escalada, a Everest Signature Expedition cobra US$ 200 mil para interessados em escalar o Monte Everest, no Himalaia, com 8.848 metros de elevação. A empresa oferece um serviço completo para assegurar a segurança e o relativo conforto do escalador durante o trajeto até o cume, que dura cerca de oito semanas.

A SpaceX, Virgin Galactic e Blue Origin, empresas de transporte aeroespacial, levam passageiros ao espaço em troca de alguns milhões de dólares. Voos suborbitários tendem a custar entre US$ 300 mil a US$ 400 mil. Já para sair da órbita da terra, viajantes chegam a pagar até US$ 100 milhões por pessoa.

A empresa Bungee.com, entre 2016 e 2020, oferecia uma excursão de bungee-jumping sobre o vulcão Villarrica, no Chile. Os passageiros saltavam de um helicóptero, que sobrevoava o vulcão ativo em uma distância segura.

Para ter essa experiência, era preciso pagar US$ 16 mil. Um valor que, comparado aos outros serviços de turismo, não parece nada extraordinário. Mas será que vale ficar a 250 metros da lava?

Termo de responsabilidade

Todas essas experiências de viagem têm algo em comum: é preciso assinar um termo de responsabilidade. Como envolvem um certo perigo à vida (às vezes muito, às vezes pouco) e uma quantia enorme de dinheiro, os clientes devem assinar um documento para confirmar que estão cientes dos riscos.

No caso das viagens espaciais, as empresas são obrigadas a compartilhar o seu histórico de segurança antes do momento da assinatura. Elas são consideradas viagens de ‘baixo risco’ devido ao número pouco expressivo de acidentes – o que é esperado de um serviço de viagem tão caro! – e a curta duração da viagem.

No termo de responsabilidade da OceanGate, dizia que, como a embarcação não possuía nenhuma certificação de um órgão regulador, a viagem no submarino experimental pode resultar em lesões físicas, incapacidade, trauma emocional ou morte.

Por fim, a empresa Bungee.com deixava claro que havia um risco de morrer, mas, como o cliente estava assinando um termo de responsabilidade, a empresa estava segura caso uma tragédia acontecesse.

Será que vale a pena se arriscar nesse tipo de turismo?

Via: Folha e Business Insider.

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