Durante a pandemia de coronavírus, Veneza se encontrou vazia. A falta de turistas, embora tenha prejudicado a Itália economicamente, devolveu a calmaria para a cidade de 50 mil habitantes.
Somente em 2019, a cidade atraiu 24 milhões de turistas, sendo que 15 a 16 milhões visitaram-na em passeios de apenas um dia. Alguns habitantes da cidade resolveram que gostam mais do cenário tranquilo. Jane da Mosto, por exemplo, luta para acabar com o turismo exacerbado através da iniciativa We are here, Venice (Estamos aqui, Veneza).
Outro habitante que deseja uma Veneza diferente para o futuro é Nicolo Bortolato, proprietário de hotel. Ele quer visitantes mais conscientes, que estejam realmente interessados na história e na beleza de Veneza, em vez de excursões rápidas.
Problemas para os moradores
Quem precisa se virar para conviver com a multidão de turistas são os moradores de Veneza. A quantidade exagerada de pessoas dificulta a realização das tarefas mais simples, como ir ao mercado ou ao trabalho. Desde 2016, eles vêm lutando para acabar com o turismo em massa.
Para julho deste ano, estava programado o início da cobrança de uma taxa de até € 6 (R$ 35, na cotação de 18/06) para entrar na cidade.
Com a pandemia, porém, a iniciativa foi adiada para 2021. Ainda assim, a ideia de cobrar € 6 para dias comuns, € 8 (R$47) para dias movimentados e € 10 (R$59) para dias de movimentação exagerada permanece. Além disso, visitantes que chegarem via navio de cruzeiro deverão pagar uma tarifa de € 7 (R$41).
Outro problema que preocupa os locais é o fato de diversas fundações estarem afundando.
Em 2019, diversas medidas foram tomadas para prevenir a concentração em massa de turistas em determinadas áreas de Veneza, como a implantação dos “anjos do decoro”. Policiais falantes da língua inglesa passaram a patrulhar regiões movimentadas em busca de turistas com má conduta, como aqueles que jogam lixo no chão ou afundam os pés nos canais, e para promover a circulação de pessoas.